O ano começou bem, com Enderson Moreira no comando e a tentativa de implantar uma formação ofensiva, o 4-5-1. Logo o esquema foi deixado de lado, e junto com ele, Maxi Rodríguez. A Libertadores corria nos trilhos, até chegar o duelo com o San Lorenzo. Postura covarde fora de casa, e a bola não quis entrar jogando dentro da Arena. Eliminação nos penaltis.
Veio a final do Gauchão e apanhamos para o nosso maior rival. Enderson já havia mostrado que era um treinador comum e não passava a vibração que um time precisa dentro de campo, principalmente o Grêmio, que é reconhecido por ser um time enérgico, forte, viril. Ao final da Copa do Mundo, Luiz Felipe Scolari, massacrado pela imprensa após as derrotas com a seleção brasileira para Alemanha e Holanda, veio "recomeçar" no seu clube de coração.
A casa demorou a ser arrumada, perdemos a Copa do Brasil no dia do fatídico "caso Aranha", que não vou expor minha opinião aqui, mas após isso, as coisas começaram a engrenar. Veio a vitória (finalmente) no Grenal, em um jogo que mostrou que nosso único armador (Alan Ruiz) deveria ser titular, e apesar das poucas chances que recebeu o ano todo, demonstrou que queria permanecer no Grêmio. Mas a diretoria resolveu não pagar o preço do jogador, e ele retornou para o San Lorenzo. Gastar dinheiro com Kleber Gladiador, Edinho, Cris, Miralles, pode, mas com jogador bom, não.
De volta ao campeonato brasileiro: foram quatro vitórias consecutivas, e então ocorreu a derrota para o Cruzeiro em casa. O Grêmio amassou os mineiros no primeiro tempo, poderia ir para o intervalo goleando, mas fez apenas um gol. Na volta para a segunda etapa, inexplicavelmente, a equipe retornou relaxada, foram dois times completamente diferentes, e então tomamos a virada para o bicampeão brasileiro. Essa derrota, e não a derrota para o Corinthians, merece ser lamentada. Ali perdemos a chance de um consolo no ano, que seria a vaga para a Libertadores.
![]() |
O torcedor gremista termina mais uma temporada lamentando. |
Em alguns comentários, tentarei resumir o montante de erros cometidos nessa temporada, erros que coloco na conta da diretoria. Diretoria essa que ganhou mais uma chance de comandar o clube nos próximos anos, porque, na minha opinião, o torcedor gremista se apequenou. Perdemos todos os clássicos que disputamos, exceto o último. Não ganhamos nenhum título, e a diretoria briga com a própria torcida. Hoje se tirarem a Geral, não temos força nenhuma na arquibancada, e o executivos gremistas a impedem de fazer uma festa bonita, de fazer o adversário tremer. Na Arena, nossa nova casa, não temos um caldeirão, como se via no Olímpico, os clubes paulistas, nossos bons fregueses, não se sentem mais intimidados jogando aqui. Nem Coritiba e Goiás, por exemplo, clubes que nos tiraram pontos dentro de nosso próprio recinto.
![]() |
Arena Grêmio: estádio novo, mas ainda sem o barulho nem as glórias do velho Olímpico. |
Possuímos um elenco forte, mas que deve sofrer uma reformulação visando uma redução na folha salarial. Então o que falta para acabar o jejum de títulos? Falta um apoio mútuo entre todos setores do clube. Falta principalmente, mais vibração. Na torcida, que como já ressaltei, é prejudicada pela própria diretoria, e entre os jogadores, pois me incomoda ver um jogador como o Luan, que tem qualidade e pode vir a ser um grande jogador, apresentar uma postura sonolenta durante todos os jogos que entra em campo. Ver um time que não chega firme, que não apresenta raça. Mas me incomoda principalmente, o fato de o jogador que mais aparenta apresentar esse tipo de vibração, ser o Pará (que está de malas prontas para o Flamengo). Eu tenho esperança, meus amigos, mas ela ficou para 2015.
@RenanDelari