18 de jun. de 2012

Tabu ou Timbu? - O Náutico foi um verdadeiro Timbu nos Aflitos...


Que o jogo não seria fácil todos os jogadores, bem como comissão técnica e a torcida presente e a espalhada pela grande Recife sabiam. Sabiam que o Náutico tinha uma parada duríssima pela frente.

De um lado o Grêmio, o forte tricolor gaúcho, semifinalista da Copa do Brasil. O time de Luxemburgo entrou praticamente completo, não jogou um grande futebol, mas vendeu muito caro a derrota a equipe alvirubra. Alguns meios de impressa até brincaram antes do jogo chamando o embate de "Grenal genérico".

Do outro o Timbu, o aguerrido Náutico. Com o coração na ponta de chuteira, e na testa do zagueiro Ronaldo Alves, após 21 anos o Timbu volta a vencer em seus domínios a equipe do RS. 

Um jogo marcado pelo bom público presente, pela apresentação de um antigo ídolo, o homem gol na brilhante campanha do Náutico na série B em 2011, o atacante Kieza, e sem dúvida alguma marcado especialmente pela entrega dos jogadores do Náutico que acreditaram até o último minuto na possibilidade da vitória, e ela veio na cabeceada certeira do zagueiro Ronaldo Alves. 

Aos poucos as palavras do lateral/meia esquerdo Lúcio vão se tornando realidade no alçapão do Timbu, e quem vem aos Aflitos começa a sair com uma mistura do nome do estádio entalado na garganta. Primeiro foi o Botafogo RJ na semana passada que assim como o Grêmio vendeu caro a derrota, mas antes do apagar das luzes sucumbiu diante do Timbu, e neste domingo foi a vez o Grêmio perder o jogo, ver o tabu de 21 anos cair, e levar uma preocupação a mais para a partida de volta da semifinal da Copa do Brasil contra o Palmeiras.

O Timbu por sua vez respira aliviado, mesmo após o ofegante jogo nos Aflitos. Agora na 10º colocação o Náutico volta a campo no próximo sábado às 21h no estádio Independência diante do Atlético MG, atual 3º colocado que perdeu por 1 x 0 para o São Paulo no Morumbi.

No canto do coro do torcedor, apoiado até mesmo pelas vaias da torcida que vez ou outra fica indignada com a aparente apatia do time em alguns jogos nos Aflitos, o Timbu hoje foi valente quebrando um tabu que perdurava a mais de duas décadas, justamente diante de um algoz da história mais triste do Timbu, a memorável e dolorosa "Batalha dos Aflitos".

Em um jogo predominado pelo equilíbrio o Náutico foi um verdadeiro Timbu nos Aflitos. O Timbu que tem hábitos noturnos, quando começa a escurecer, sai de seu abrigo para caçar e coletar, e foi justamente no apagar das luzes que o Timbu caçou mais uma vítima. E assim o Timbu venceu e quebrou o tabu!



João Vicente Ferreira Neto