23 de dez. de 2013

Paulo Autuori? PAULO AUTUORI??

Minha intenção hoje é redigir um breve texto a respeito do meu estado emocional relacionado ao futebol, especialmente sobre meu time e suas iniciativas bisonhas. É complicado expressar minha indignação sobre a informação concedida pela diretoria do Galo nesta semana. Após a saída de Cuca (que tivera seu contrato renovado por mais um ano dois dias antes do anúncio oficial) para o milionário Shandong Luneng (CHI), o presidente do Atlético-MG anunciou que Paulo Autuori seria o comandante do alvinegro para a próxima temporada. KALIL, VOCÊ ENLOUQUECEU DE VEZ?
Alguns (muitos) torcedores do Galo tem o seguinte argumento para rebater a minha já exposta inconformidade com a contratação de Autuori: “Mas ele já foi bi-campeão da Libertadores (em 1997, pelo Cruzeiro, e em 2005, pelo São Paulo) e do Mundial Interclubes (pelo São Paulo também em 2005)”. Eu, em contrapartida, respondo com o simples clichê do futebol que todos adoram repetir, seja para elogiar, seja para criticar: futebol é feito de momento. E dizer que tal frase não se aplica a técnicos, e não somente a jogadores, é, no mínimo, prova de que a pessoa que está dizendo não sabe nada sobre futebol.
Não tenho como discutir que Paulo Autuori é um grande técnico de futebol, e sem dúvidas colocaria-o entre os 10 melhores do país. Porém, não vive, nem de perto, um bom momento comandando times dentro das quatro linhas. Em 2013, assumiu o São Paulo Futebol Clube com a missão de tirar o time das proximidades da zona de rebaixamento, coisa que Ney Franco (antigo técnico tricolor brutalmente criticado por torcedores paulistas) foi apontado como o responsável. O que Autuori conseguiu fazer foi manter o São Paulo no mesmo status de "piada do momento" , apresentando um futebol fraquíssimo, com poucas opções ofensivas, uma defesa falha, e principalmente a insegurança de jogadores experientes como Rogério Ceni. Começou-se aí a discutir a capacidade não dos treinadores do tricolor paulista, mas a de seus jogadores como um elenco e como time de futebol. A discussão se prolongou até que Paulo Autuori foi despedido, e Muricy Ramalho entrou em seu lugar, retirando daquele contestado grupo o futebol efetivo que seus torcedores estavam reivindicando. Discussão encerrada.
Após a saída do São Paulo, Autuori assumiu o Vasco, que estava na zona da degola e precisava de resultados urgentemente. Não funcionou. Mais uma vez, Autuori falhou no seu projeto, e deixou o Vasco em uma situação muito pior do que estava quando o mesmo assumiu o cargo. Há que se ponderar que o elenco do cruz-maltino era bem inferior tecnicamente do que o que possuía o tricolor paulista.

Do fundo do meu coração, eu espero estar completamente errado sobre o que estou dizendo. Realmente espero, afinal, sou, antes que um crítico, um comum torcedor, e nada melhor do que ver o time respondendo bem ao que o treinador pede. Porém, até lá (e se isso realmente vier a acontecer), eu permaneço meu ceticismo a respeito de Paulo Autuori, pois a razão
me faz pensar muito antes de me empolgar com uma contratação precipitada e insegura como esta. Kalil, sou seu fã, mas na minha opinião, “nú, cê errou feio!”.