Minha intenção hoje é redigir um breve texto a respeito do meu
estado emocional relacionado ao futebol, especialmente sobre
meu time e suas iniciativas bisonhas. É complicado expressar minha
indignação sobre a informação concedida pela diretoria do Galo
nesta semana. Após a saída de Cuca (que tivera seu contrato
renovado por mais um ano dois dias antes do anúncio oficial) para o
milionário Shandong Luneng (CHI), o presidente do Atlético-MG
anunciou que Paulo Autuori seria o comandante do alvinegro para a
próxima temporada. KALIL, VOCÊ ENLOUQUECEU DE VEZ?
Alguns (muitos) torcedores do Galo tem o seguinte argumento para
rebater a minha já exposta inconformidade com a contratação de
Autuori: “Mas ele já foi bi-campeão da Libertadores (em 1997,
pelo Cruzeiro, e em 2005, pelo São Paulo) e do Mundial Interclubes
(pelo São Paulo também em 2005)”. Eu, em contrapartida, respondo
com o simples clichê do futebol que todos adoram repetir, seja para
elogiar, seja para criticar: futebol é feito de momento. E dizer que
tal frase não se aplica a técnicos, e não somente a jogadores, é,
no mínimo, prova de que a pessoa que está dizendo não sabe nada
sobre futebol.
Não tenho como discutir que Paulo Autuori é um grande técnico de
futebol, e sem dúvidas colocaria-o entre os 10 melhores do país.
Porém, não vive, nem de perto, um bom momento comandando times
dentro das quatro linhas. Em 2013, assumiu o São Paulo Futebol Clube
com a missão de tirar o time das proximidades da zona de
rebaixamento, coisa que Ney Franco (antigo técnico tricolor
brutalmente criticado por torcedores paulistas) foi apontado como o
responsável. O que Autuori conseguiu fazer foi manter o São Paulo
no mesmo status de "piada do momento" , apresentando um
futebol fraquíssimo, com poucas opções ofensivas, uma defesa
falha, e principalmente a insegurança de jogadores experientes como
Rogério Ceni. Começou-se aí a discutir a capacidade não dos
treinadores do tricolor paulista, mas a de seus jogadores como um
elenco e como time de futebol. A discussão se prolongou até que
Paulo Autuori foi despedido, e Muricy Ramalho entrou em seu lugar,
retirando daquele contestado grupo o futebol efetivo que seus
torcedores estavam reivindicando. Discussão encerrada.
Após a saída do São Paulo, Autuori assumiu o Vasco, que estava na
zona da degola e precisava de resultados urgentemente. Não
funcionou. Mais uma vez, Autuori falhou no seu projeto, e deixou o
Vasco em uma situação muito pior do que estava quando o mesmo
assumiu o cargo. Há que se ponderar que o elenco do cruz-maltino era
bem inferior tecnicamente do que o que possuía o tricolor paulista.
Do fundo do meu coração, eu espero estar completamente errado sobre
o que estou dizendo. Realmente espero, afinal, sou, antes que um
crítico, um comum torcedor, e nada melhor do que ver o time
respondendo bem ao que o treinador pede. Porém, até lá (e se isso
realmente vier a acontecer), eu permaneço meu ceticismo a respeito
de Paulo Autuori, pois a razão
me faz pensar muito antes de
me empolgar com uma contratação precipitada e insegura como esta.
Kalil, sou seu fã, mas na minha opinião, “nú, cê errou feio!”.