No clássico movimentado deste domingo (3), o Vasco sagrou-se
campeão carioca em cima do Botafogo. Apesar do baixo nível técnico, foi um jogo disputado e empolgante, com todos os ingredientes necessários. Final de
campeonato, rivalidade, Maracanã lotado, sendo inclusive o maior público presente
do ano no Brasil, de cerca de 66 mil espectadores, bela festa de ambas as
torcidas, gols e um jogo quente. Apesar de todas as contestações do campeonato carioca, pelo menos o jogo final
foi digno de toda a história do charmoso Cariocão, com todos os ingredientes.
Após um primeiro jogo em que saiu com a vitória por 1 a 0, a
tendência era de que o Vasco entrasse retrancado para o duelo decisivo contra o
Botafogo. Entretanto, a escalação já foi muito ofensiva, com Rafael Silva
fazendo companhia à Dagoberto e Gilberto no ataque. Pelo lado botafoguense, o
técnico Renê Simões tentou dominar o meio campo colocando o meia Luis Ricardo.
O jogo, porém, foi diferente do que se esperava.
Para prejudicar o plano do Botafogo, Willian Arão, jogador
importante na reta final, se contundiu ainda no primeiro tempo e foi
substituído por Fernandes. Assim, desde o começo do jogo, apesar da vantagem do
empate, o Vasco jogou melhor e, ao contrário do primeiro jogo, dominou a
partida. Mais organizado e mais tranquilo, o cruzmaltino fez um excelente
primeiro tempo, sem correr grandes riscos. No apagar das luzes da primeira
etapa, numa roubada de bola na intermediária ofensiva, Guiñazu lançou Rafael
Silva, que ajeitou o corpo e bateu bonito para abrir o placar.
Em grande desvantagem, o Botafogo se viu obrigado a ir para
cima no segundo tempo. Assim, mesmo que de maneira desordenada, o time da
Estrela Solitária passou a dominar a partida, porém criou pouco, apenas em
chutes para fora e algumas boas intervenções do goleiro Martín Silva. Quando o
jogo esfriava, o Botafogo conseguiu o empate com um gol de Diego Jardel. A
partir daí, foi só pressão, entretanto, ainda sem grande perigo. Ainda houve
tempo para a expulsão de Fernandes, coroando um jogo muito pegado e repleto de
cartões amarelos. Mais uma vez no fim da etapa, após belo passe de Lucas,
Gilberto dominou a bola e fez o gol da vitória, consagrando o Vasco como campeão
carioca de 2015.
Merecido o título do Vasco, que de fato, apesar de questões
extra-campo, apresentou o futebol mais consistente, com uma defesa segura e
ataque certeiro, méritos do técnico Doriva na armação, e da diretoria na
contratação do atacante Gilberto, que se mostrou uma agradável surpresa, sendo
o artilheiro cruzmaltino no Carioca, com 9 gols. Já para o Botafogo, fica o
recado de que apesar de não ser excelente, é um bom time para a disputa da
série B. Assim como o rival, mereceu estar na final e também apresentou um
futebol melhor do que a maioria dos times adversários, sendo inclusive o
primeiro colocado na Taça Guanabara.
Foi o vigésimo terceiro título carioca do Vasco, que não
ganhava a competição desde 2003. Segue em terceiro no ranking dos títulos no
Rio, atrás de Flamengo (33) e Fluminense (31). Na “lanterna”, continua o
Botafogo, com 20 títulos. O artilheiro do campeonato, com 11 gols, foi Fred, do
Flu, seguido por Gilberto (Vasco), Rodrigo Pinho (Madureira), Marcelo Cirino e
Alecsandro (ambos do Fla), todos com 9 gols.
Por: Bernardo Machado (@BeNGMachado)