Nobre é palmeirense. E palmeirense dos mais fanáticos. E isso é extremamente prejudicial na administração de um clube. Gerenciar um negócio não é algo simples, e gerenciar um time de futebol com o tamanho do Palmeiras tem um nível de complicação imensurável. Nessas situações o que menos deve interferir é a emoção, e o mandatário alviverde não vem sabendo deixar o lado emocional de lado.
O torcedor Paulo Nobre fica cada vez mais evidente na administração palmeirense. O presidente já colocou mais de uma vez dinheiro do próprio bolso para bancar finanças do clube. Algo parecido com que Marcelo Teixeira fazia no Santos e não deu nada certo, tanto que até hoje ainda há rusgas entre Teixeira e santistas por conta do acerto dessas contas. Misturar negócio e vida pessoal não é das ações mais aconselháveis, e Nobre vem errando nisso, mesmo sendo com a melhor das intenções, tentando acertar
Outro erro crucial que o presidente comete constantemente é querer agradar a todos. Nobre busca agradar a torcida, agradar a diretoria, agradar os conselheiros, agradar os jogadores, inclusive quando precisa ir contra seus próprios ideais para isso, como no caso da demissão de Oswaldo de Oliveira, quando torcida e parte da diretoria queria ver o treinador fora do clube, e mesmo o mandatário não tendo o mesmo pensamento, o técnico foi dispensado.
Fazer o Palmeiras voltar a ser Palmeiras. Esse é o principal objetivo de Paulo Nobre, ao menos é o que aparenta ser. E tanta vontade em concretizar esse objetivo vem fazendo Nobre tropeçar a cada pedra que aparece em seu caminho. Enquanto essa vontade se mantiver apenas emocional e pouco racional será difícil ser alcançada, e essa mudança precisa ocorrer logo, pois como disse Zé Roberto, no primeiro jogo da temporada, o Palmeiras é grande! E precisa rapidamente voltar a demonstrar essa grandeza.
João Pedro Almeida