11 de ago. de 2012

México vence o Brasil e acaba com o sonho dourado em Londres


Poderia ser perfeito. Com Neymar, Oscar e Leandro Damião em campo, a confiança na Seleção Brasileira era grande e a medalha de ouro parecia uma questão de tempo, mais precisamente 90 minutos. Mas o que se viu foi um México aproveitando os erros dos meninos brasileiro e acabando com o sonho olímpico mais uma vez. Em um estádio Wembley com bom público, a seleção mexicana venceu por 2 a 0, com dois gols de Peralta, e faturou a medalha de ouro. Ao Brasil, restou, pela terceira vez na história, ficar com a medalha de prata.
Durante os 90 minutos de jogo o México foi superior ao Brasil, que levou à olimpíadas a Seleção que certamente vai representar o país na Copa das Confederações e na Copa do Mundo. Essa derrota mostra, mais uma vez, que o planejamento foi mal feito e que todo o dinheiro investido nesta geração poderá causar uma das maiores frustações da hist´poroia do futebol brasileiro. Faltam menos de doia anos para a Copa e o sinal de alerta está mais que ligado.
89 minutos...
O time de Mano Menezes teve 89 minutos para reagir e virar, como já havia feito contra Bielo-Rússia e Honduras na própria Olimpíada. Mas se perdeu na falta de inspiração de seus jogadores mais badalados, Neymar e Oscar, e nas falhas individuais dos defensores. O ataque passou em branco pela primeira vez na Olimpíada e o Brasil amargou sua terceira derrota em finais - as outras foram diante da França, em 1984, e da União Soviética, em 1988.
Mano manteve para a decisão o time que foi bombardeado nos primeiros 20 minutos pela Coreia do Sul, na semifinal. O roteiro se repetiu, mas com um toque de drama mexicano. Parte da torcida nem havia se assentado em Wembley quando Aquino interceptou um passe de Rafael na lateral direita e a bola ficou com Peralta, que bateu rasteiro, da entrada da área, no canto direito de Gabriel: 1 a 0, antes do primeiro minuto de jogo.
O gol precoce fez a torcida mexicana gritar olé sem nenhum pudor e abalou o time Brasileiro, que não mostrou qualquer sintoma de reação. Sonolento, sofria com a marcação agressiva do rival e mostrava displicência com erros seguidos de passes. Oscar só acordou aos 19 minutos, quando recebeu de Damião na área e bateu em cima do goleiro Corona.
Mano assumiu o erro na escalação ao trocar em meia hora Alex Sandro, que não criou e nem marcou, por Hulk. O substituto mostrou serviço logo de cara, ao arriscar de longe e obrigar Corona a espalmar. O Brasil ganhou volume de jogo e perdeu boa chance com Marcelo, que recebeu o pivô de Damião e bateu para fora.
Prata pela terceira vez...
Faltava o jogo de Neymar, que só apareceu no começo do segundo tempo. Em quatro minutos o atacante levou perigo duas vezes, primeiro num chute que raspou o travessão e depois em outro travado na área pela zaga, depois de tabela com Damião. Mas sua melhor chance veio aos 13, quando ficou com uma sobra quase na linha da pequena área e isolou a bola.
O México só se defendia, mas teve a primeira chance de matar o jogo aos 18, quando Thiago Silva "se inspirou" no vacilo de Rafael e quase deu o segundo gol de presente. O zagueiro parou na entrada da área para reclamar um toque na mão ignorado pelo árbitro e viu Fabian ficar com a bola, limpar Gabriel e bater no travessão. O goleiro também colaborou com os mexicanos ao sair mal num escanteio, mas Fabian cabeceou por cima e perdeu outra oportunidade.
Mano arriscou tudo ao desguarnecer ainda mais a defesa quando trocou Sandro por mais um quarto atacante, Alexandre Pato, aos 25. Mas nem houve tempo para sentir os efeitos da ousadia. Quatro minutos depois, Peralta apareceu sozinho nas costas de um irreconhecível Thiago Silva e cabeceou com categoria, à esquerda de Gabriel: 2 a 0.
O Brasil partiu para uma pressão desordenada nos minutos finais, mas Corona não fez nenhuma defesa importante. Desestabilizado, a equipe ainda viu Rafael e Juan trocarem xingamentos, em cena que lembrou a discussão entre Lúcio e Roger em outra eliminação olímpica, em 2000, contra Camarões. Houve esperança com Hulk, que descontou aos 45, e com Oscar, que perdeu o gol de empate com uma cabeçada da pequena área por cima do gol, nos acréscimos. A seleção terá que esperar mais quatro anos para escrever um final diferente em sua história olímpica.