20 de jun. de 2014

Copa 2014: a hora da vingança

Com uma semana de Copa do Mundo algumas cruéis curiosidades já aconteceram, principalmente os "acertos de contas" entre velhos conhecidos.
No 2º dia da competição, em um dos jogos mais esperados da primeira fase estiveram frente a frente Espanha e Holanda, os dois finalistas da Copa 2010, vencida pelos espanhóis. E a Arena Fonte Nova foi palco de uma das mais humilhantes "vinganças" da história do futebol: os holandeses aplicaram uma sonora goleada de 5 a 1 nos atuais campeões mundiais, se vingando da derrota de 4 anos atrás na final da Copa da África do Sul.
No 3º dia de Copa outro acerto de contas estava por acontecer. Em campo Uruguai e Costa Rica. Há 4 anos atrás os uruguaios eliminaram os costarriquenhos na repescagem da Copa do Mundo, e o time caribenho ficou de fora do Mundial da África do Sul. Mas, na tarde do último sábado (14) a Celeste foi surpreendida e categoricamente derrotada por 3 a 1, e então a seleção da Costa Rica finalmente pode dar o troco aos uruguaios pela tristeza imposta em 2010.
E a história de acerto de contas e vinganças continuou no Mundial 2014. Desta vez uma "meia vingança", pois os mexicanos que foram batidos no ano passado na Copa das Confederações, em Fortaleza, pelo Brasil, agora conseguiram segurar o time pentacampeão e saíram da mesma Fortaleza com a sensação de uma vitória, mesmo após um empate sem gols. Já para os brasileiros a frustração foi enorme, tal qual se a equipe tivesse sido derrotada. A torcida mexicana vibrou com o empate e se sentiram vingados da derrota de um ano atrás, no mesmo palco, o estádio Castelão.
Agora um acerto de contas bem antigo. A seleção de Gana venceu e eliminou os Estados Unidos nas Copas de 2006 e de 2010, e quis o destino que novamente se enfrentassem. Mas desta vez os americanos se impuseram com um gol aos 29 segundos, anotado por Clint Dempsey (um dos únicos remanescentes daqueles fracassos) e outro gol anotado nos últimos minutos, pelo zagueiro Brooks, um jovem de apenas 20 anos que após marcar, se deitou no gramado e chorou, emocionando a todos e encerrando ali uma história perdedora dos Estados Unidos diante de Gana.
E uma outra história de vingança ainda estava por ser escrita. De um lado a melhor seleção do mundo, a Espanha, atual campeã. Do outro, um rival modesto na história, na camisa e na tradição, o Chile. No melhor dos cenários, o estádio do Maracanã, a seleção chilena se fez gigante ao pintar o estádio de vermelho e ao deixar os espanhóis vermelhos de raiva e de vergonha pelo que aconteceu naquela tarde (dia 18). Os chilenos fizeram 2 a 0 com uma atuação épica, com direito a olé da torcida, provavelmente em sua melhor partida em Copas de todos os tempos, e também deram o troco nos espanhóis pela derrota que sofreram na última Copa de 2010, quando perderam por 2 a 1.
E desta forma a história foi reescrita, o tempo passa e assim como o mundo, a bola também gira, e os que ontem choraram suas derrotas hoje podem saborear seus triunfos.

Por: Marcelo Tchelo
Twitter: @tchelotaubate