O Brasil venceu o México, no último domingo (8), por 2 a 0, no Allianz Parque, e manteve o 100% de aproveitamento após a trágica Copa do Mundo, já quase um ano depois. Apesar da marca, deve se ressaltar que a vitória veio diante de um time alternativo dos mexicanos, que estão preocupados realmente com a Copa Ouro, que acontece a partir do início de julho. Mas também não pode se deixar passar um importante indício, talvez o principal fator do amistoso: um alento de superação da "Neymardependência".
Neymar, disparadamente o principal jogador dessa seleção, não ficava de fora de uma partida do Brasil desde a derrota para a Holanda por 3 a 0, na disputa pelo terceiro lugar da Copa do Mundo. Jogo que sucedeu o vergonhoso 7 a 1 sofrido diante dos alemães, em duelo que o atacante também ficou de fora. Alias, duelo que comprovou que hoje os penta-campeões mundiais vivem uma dependência, ou como foi citado acima, uma Neymardependência.
Fora da partida deste domingo por ter disputado e conquistado um dia antes a Liga dos Campeões da Europa pelo Barcelona, seria um exagero dizer que Neymar não fez falta ao time de Dunga, porém, foi possível ver um esboço de que mesmo sem ele o time pode jogar, talvez de forma menos brilhante, mas pode.
E a principal referência para tal afirmação é Phillipe Coutinho. O meio-campista do Liverpool cumpriu bem o papel de substituir o craque do Barcelona, e além da anotar o gol que inaugurou o marcador, deu dinâmica e comandou a equipe enquanto esteve em campo. Uma bela atuação que deve lhe garantir presença no time titular mesmo com a volta de Neymar, sendo que deverá fazer a função que vinha sendo de Oscar, que lesionado estará fora da Seleção na Copa América.
Outro destaque da partida, e este até de forma surpreendente, foi Fred, não aquele do Fluminense, mas o do Shakhtar. O volante que só se garantiu na lista de Dunga após a lesão e o corte de Luiz Gustavo, também fez um belo jogo, auxiliando na saída de bola da equipe e nos contra-ataques brasileiros.
Por fim, Diego Tardelli também demonstrou que mesmo atuando no fraco futebol chinês pode ter um espaço no escrete canarinho. Aproveitando a oportunidade que teve para anotar o segundo tento brasileiro, o atacante não teve uma atuação brilhante, mas fez o bastante para deixar claro, que ao menos no momento, ainda merece o seu espaço.
Diferentemente de outros anos, a Seleção Brasileira não entra como a principal favorita para a disputa da Copa América. Argentina, Colômbia, Chile e até mesmo o Uruguai, desfalcado de um dos seus principais jogadores (Suárez), estão entre os candidatos ao título juntamente com o Brasil. Mas de toda forma, ver que pode existir vida sem Neymar, já é uma grande vitória para os brasileiros.
João Pedro Almeida