8 de jul. de 2015

O futebol brasileiro sucumbe com técnicos cartolas

Há exatamente um ano atrás, ocorria o maior vexame da história da seleção brasileira. Agora, após todo o ocorrido, tem algumas perguntas que ainda não foram respondidas, e nós da equipe Plantão do Futebol vamos, ou pelo menos tentaremos, explicar qual era a intenção da CBF em cada mudança de técnico, desde a saída de Mano até o retorno de Dunga, recentemente.

Estava na hora de Mano ser demitido?


Um questionamento que foi feito por uma grande parte dos brasileiros. Será que aquele era realmente o momento de Mano ser demitido? O treinador já tinha vivido momento piores pela amarelinha. Momentos oportunos para a sua saída não faltaram, uma eliminação precoce e vexatória na Copa América de 2011 e a derrota nos jogos olímpicos de 2012, em algum desses momentos seria bastante compreensível a demissão de Mano. Mas deixaram para mandá-lo embora no seu melhor momento com o Brasil. 

Desde o fracasso nas olimpíadas, Mano conseguiu melhorar bastante a seleção. O técnico parecia ter encontrado o que tanto procurava: um líder para guiar o Brasil na Copa das Confederações e na Copa do Mundo. Kaká era esse líder. O experiente meia, em poucos amistosos, conseguiu fazer uma boa parceria com Neymar. Notava-se claramente que havia uma evolução, e que, se treinado corretamente, aquele time poderia ser bastante competitivo. Mas mesmo assim decidiram demitir o técnico após cinco vitórias consecutivas e um empate. 



Os critérios usados para a escolha do novo treinador


Quem era o nome ideal para assumir a seleção canarinho? Qual seria o perfil desejado pela CBF para comandar o Brasil no mundial? Muito se falava que era o momento certo para um treinador estrangeiro. Guardiola, que tinha acabado de sair do Barcelona, era o melhor nome no mercado. Inclusive, o lateral direito Daniel Alves confirmou em entrevista a ESPN que Pep já teria até montado um plano tático, e que também tinha toda uma estratégia para tornar o Brasil campeão mundial. Porém, nossos cartolas acharam, e continuam achando, que não deveríamos ter um estrangeiro no comando técnico da seleção.

Mas se não Guardiola, quem seria o nome "perfeito"? Depois da negativa do treinador estrangeiro, começaram a especular alguns nomes: Tite, na época campeão da Libertadores com o Corinthians e Muricy Ramalho, mesmo tendo dito não para a CBF em 2010, o nome do treinador tetra campeão brasileiro era bastante falado. Mas nenhum dos dois balados técnicos assumiram a amarelinha. Pelo contrário, resolveram apostar em Luis Felipe Scolari, o Felipão. A pergunta agora era: porque Felipão, que havia acabado de rebaixar o Palmeiras, era o nome ideal para ser o treinador da seleção?


Scolari foi escolhido pelo seu passado vitorioso. Afinal, não se tem muitos treinadores campeões do mundo a disposição. Felipão é conhecido por ser pulso firme, mas ao mesmo tempo é um pouco paizão. A aposta da CBF, era de que o treinador conseguisse, novamente, um grande trabalho a curto prazo, como foi na conquista do mundial em 2002. Os primeiros resultados foram satisfatórios, dois empates contra as campeãs do mundo Itália e Inglaterra. E com uma vitória grandiosa sobre a França, o Brasil foi para a Copa das Confederações. O resultado foi o melhor possível, título com uma grande vitória conquistada contra a Espanha. Mas mesmo com o título e grande final feita, o Brasil não era um time de se encher os olhos. E assim seguiu em todos os amistosos que sucederam a Copa. No torneio, conforme o que tinha se presenciado nos  amistosos, vimos uma seleção dependente do Neymar e que sem ele era capaz de ser massacrada. Com dez gols sofridos nos últimos dois jogos, Felipão se despediu de maneira amarga na sua segunda passagem pela amarelinha.



Estava na hora de Dunga retornar a seleção?


Após o vexame na Copa, a CBF estava novamente a procura de um novo treinador. E chegaram a conclusão que Dunga era o melhor nome disponível. Um técnico linha dura. Que na sua primeira passagem ficou marcado por ter um time com bons números, mas que não tinha um futebol muito agradável. Era a ideia do "futebol eficiente". Que não deu certo na primeira competição disputadas pela seleção. O Brasil fez quatro jogos na Copa América e foi mal em todos. Mostrou-se uma equipe desorganizada e fraca taticamente, já surgiram várias críticas ao trabalho do Dunga. E mesmo com Gilmar Rinaldi garantindo o treinador até 2018, não da para afirmar que o técnico continuaria após um mal começo nas eliminatórias.


E venhamos e convenhamos, só pelo fato do Dunga já ter o trabalho questionado em menos de um ano, é uma prova de que ele não é o treinador dos sonhos  para comandar a seleção brasileira.

Treinadores que passaram desapercebidos da CBF


Tite


Tite conquistou tudo o que disputou no Corinthians. É um treinador bastante inteligente e estudioso, que enquanto não trabalhava, estava na Europa se qualificando e conhecendo novos métodos de jogo. Tanto que quando voltou para o Corinthians, no início desse ano trouxe consigo um modo diferente do qual os times brasileiros estão acostumados, mas que é bastante utilizado na Europa. 


Marcelo Oliveira


Marcelo Oliveira é o atual bi campeão brasileiro. O treinador fez do Cruzeiro uma máquina. Foram dois títulos indiscutiveis, de uma equipe que jogava bonito e era eficiente ao mesmo tempo. Atualmente no Palmeiras, Marcelo tem feito o Porco atuar de uma maneira diferente do seu Cruzeiro. O seu Palmeiras é uma equipe de marcação forte, mesmo atuando com três atacantes, e tem mostrado um grande repertório nos contra ataques. Isso mostra que o treinador consegue montar uma equipe que jogue bem de diversas formas, coisa que Dunga ainda não conseguiu.


Pep Guardiola


Era impossível não colocar o nome do treinador espanhol nessa lista. Pep é sem dúvida alguma um dos melhores técnicos do planeta. E tem o sonho de dirigir a seleção brasileira. Ele não estava bem a disposição, mas poderia abrir mão do seu clube atual (caso a CBF fizesse uma proposta) para seguir o seu sonho. Mas a CBF não tem interesse em colocar um treinador estrangeiro no comando da seleção. O que gerou uma declaração polêmica de Daniel Alves: "Se não aceitamos o melhor do mundo, que pode nos fazer melhores, você não se preocupa com a seleção Brasileira.



Dá para notar que a CBF tomou várias decisões erradas em três anos. Desde a queda de Mano Menezes, errada se julgarmos o momento da sua saída, até o retorno de Dunga. Dunga é um bom motivador, mas está longe de ser um grande treinador. Será mesmo que valeu a pena insistir em treinadores de mentalidade ultrapassada em alguns dos momentos mais importantes da história da seleção Brasileira? Essa pergunta nós nem precisamos responder.

Por: Douglas Batista  (@Douglaspopoto)