A seleção brasileira sempre desproveu de três a quatro jogadores em seu elenco que se destacavam entre os demais. Mas desde 2006 isso não acontece. Naquele ocasião, a seleção tinha Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo. Eis que em 2009 surgiu um certo garoto das divisões do Santos. Seu nome, Neymar. As grandes atuações pelo Santos lhe renderam convocação para o Mundial Sub-17, em 2009, (o atacante também disputou o Sub-20, em 2011). Nas graças da torcida, o povo brasileiro chegou a pedir o craque na seleção que disputaria a Copa de 2010, mas o atacante não foi convocado e aquela Seleção seria eliminada pela Holanda, nas quartas de final.
Pela seleção principal, a sua primeira convocação aconteceu em 26 de julho de 2010 pelo técnico Mano Menezes, que havia acabado de assumir o cargo, para disputar uma partida amistosa contra os Estados Unidos, em Nova Jersey. Neymar marcou um gol de cabeça, seu primeiro gol com a camisa brasileira na sua estreia.
A primeira competição oficial que Neymar disputou pela Seleção foi a Copa América de 2011, mas o craque não conseguiu se destacar nas partidas do torneio e a Seleção seria eliminada nas quartas de final perante o Paraguai. Na Copa das Confederações de 2013, a volta por cima do craque pela seleção. O Brasil sagrou-se campeão ao derrotar a Espanha na final, com um sonoro 3 a 0. Neymar terminou como vice-artilheiro da competição ao lado do uruguaio Abel Hernández, foi eleito o melhor jogador da competição e esteve presente na seleção da competição.
As boas atuações do camisa 10 lhe renderam a convocação para disputar a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Neymar foi decisivo em dois dos três jogos da primeira fase, marcando contra a Croácia (na estréia) e contra Camarões. Nas oitavas de final um jogo amarrado com o Chile e vaga só foi decididas no pênaltis. Veio as quartas de final, partida contra a Colômbia, Neymar saiu de campo contundido, após uma entrada criminosa do colombiano Zuniga. Neymar tinha fraturado a terceira vértebra lombar, em campo, vitória na raça por 2 a 1, gol marcado por David Luiz. O pior estava por vir. O Brasil iria encarar a Alemanha nas semi finais sem Neymar. A Seleção foi humilhada pela Alemanha no Mineirão, 7 a 1. Muitos creditam o fato de a Seleção ter fracassado por conta da ausência de Neymar. A Seleção não soube se portar em campo sem seu astro, que dias depois, viria perder a disputa de terceiro lugar para a Holanda.
Passado o fracasso que foi a Copa do Mundo, Dunga retornou ao comando da Seleção para tentar recuperar o prestígio. A chance seria a Copa América 2015, no Chile, e antes do torneio a Seleção de Dunga conseguiu um série de dez vitórias. A estreia na Copa América foi em Temuco, contra o Chile e Neymar foi decisivo ao marcar um gol e dar passe para um outro, que culminou na vitória brasileira por 2 a 1. Na segunda partida, o jogo contra Colômbia vai ficar marcado negativamente na vida do atacante, como uma das piores atuações do craque vestindo a camisa brasileira. Em campo derrota por 1 a 0, porém, antes fosse só isso. Ao término da partida, o jogador chutou a bola em Armero. Murillo foi tirar satisfação com o brasileiro que revidou com uma tentativa de cabeçada, Carlos Bacca chegou a empurrar o atacante brasileiro com violência. Depois do tumulto, Neymar e Bacca acabaram expulsos pelo árbitro. Pior para o brasileiro que pegou um gancho de quatro jogos suspenso. A CBF não recorreu e Neymar estava oficialmente fora da Copa América. Sem a joia, a seleção enfrentou a Venezuela e venceu por 2 a 1, sem brilhantismo algum e, em alguns momentos, chegou a levar sufuco. Nas quartas de final, nova eliminação perante ao Paraguai. A própria seleção tinha o jogo nas mãos e se perdeu de um jeito incrível, sem disposição tática alguma. Fato é, mais fracasso sem Neymar em campo.
Com Neymar, a seleção tem poder ofensivo, malícia, ginga, drible, improviso e a clara chance de vencer. Sem ele, é apenas mais um time com um futebol bem abaixo do que se espera quando se fala de Brasil. A dependência da seleção brasileira por Neymar é evidente e a fragilidade da geração atual (em nomes desconhecidos da torcida brasileira) está estampada para qualquer um ver. Temos apenas um craque. Hoje, não existe um jogador à altura dele no futebol brasileiro. O fato é, que sem ele, somos apenas mais um time em meio aos outros tantos.
Por: Vitor Machado