1) A falta de um patrocinador master na preparação para a temporada 2015
Após a saída da Caixa Econômica Federal dos uniformes do Leão, em janeiro de 2014, o clube ficou um ano e nove meses sem um patrocínio master. Só conseguiu fechar com um novo, a Brasfort, em setembro de 2015.
A falta desse dinheiro na montagem do elenco para disputar a série A foi sentida no início e ao longo do campeonato com a falta de qualidade em alguns setores do time. O clube ficou dependente de jogadores do agente Eduardo Uram e visivelmente nas contratações a quantidade foi colocada a frente da qualidade. A grosso modo, a lógica é simples: sem dinheiro, jogadores ruins.
2) O presidente Nilton Macedo Machado
É claro que o presidente de um clube sempre tem alguma parcela de culpa pelo fracasso do mesmo. Podemos atribuir boa parte da demora da chegada do patrocinador master a Nilton Machado, afinal, cabe principalmente ao presidente ir atrás de verbas para a instituição. Outra contribuição negativa do mandatário do Avaí foi ter se colocado indiferente quando, no início do campeonato, erros de arbitragem prejudicavam o time. Ele só viajou ao Rio de Janeiro para conversar com Sérgio Corrêa sobre a arbitragem no mês de setembro, quando o Brasileirão já estava na 24ª rodada.
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| Presidente Nilton Machado dando entrevista coletiva (Foto: GazetaPress) |
3) O sistema defensivo
O Avaí teve a defesa mais vazada do campeonato, com um número impressionante de 60 gols sofridos em 38 jogos. O ataque da equipe de Florianópolis marcou 38 gols durante a competição, ou seja, foi mais eficiente do que o ataque de Figueirense, Coritiba e Chapecoense, clubes que se mantiveram na primeira divisão. Por tanto, se a defesa não tivesse tomado tantos gols, provavelmente o time não teria sido rebaixado.
A zaga
As muitas falhas dos zagueiros Jéci e Emerson custaram alguns pontos para o Leão. Antonio Carlos foi o zagueiro avaiano que melhor atuou e talvez tenha se livrado da culpa de ter participado da pior defesa. Jubal, jovem promessa, não teve tantas chances, porém muitas vezes demonstrou que deveria ser o titular ao lado de Antonio Carlos.
Os volantes
Entre os volantes temos Adriano, que é um jogador de muita qualidade e que caiu nas graças da torcida e Renan, o prata da casa considerado revelação do clube. Eduardo Neto, volante que jogou grande parte dos jogos, apesar das falhas, não fez um campeonato tão ruim assim.
Os laterais
O principal problema do sistema defensivo azurra foram as laterais. O lateral-direito Nino Paraíba é um jogador que sobe muito ao ataque e sempre com muita velocidade, porém sua falta de pontaria nos cruzamentos lhe deram poucas assistências no campeonato em relação ao número de bolas que o jogador cruzou para a área. Voltando a falar do sistema defensivo, Nino, por subir muito ao ataque, deixou o setor direito desprotegido muitas vezes. Por fim, é um jogador que marca pouco. Na lateral-esquerda, Romario, apesar do nome de craque e da dedicação e vontade que mostrava nos jogos, errou muito, produziu pouco, não apoiou e nem defendeu bem. Demonstrou, muitas vezes, falta de qualidade e que infelizmente, não se ganha jogo na série A apenas com raça.
Os goleiros
O goleiro Vagner falhou? Falhou. Mas também salvou o time em vários momentos. Talvez sua falta de segurança tenha o atrapalhado e prejudicado o restante do sistema defensivo, porém não é um goleiro ruim, tanto é que foi contratado pelo Palmeiras para ser reserva de Fernando Prass. Diego chegou a ser pedido pela torcida durante uma péssima fase de Vagner, poucos jogos passaram e a torcida implorou por Vagner novamente.
O treinador
Diante de tantas falhas defensivas não tem como não citarmos o trabalho do treinador. Gilson Kleina tem parte de culpa por não ter resolvido as falhas de posicionamento da defesa, tanto durante os jogos, como nos treinamentos.
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| Goleiro Vagner sai de campo desolado após empate com o Corinthians (Foto: Marcos Ribolli) |
4) O técnico Gilson Kleina
Quando o time não é bom, não tem como o técnico fazer milagre, porém muitas vezes foi percebível a falta de treinamento que era aplicado. Os erros constantes da defesa, como dito acima, falam por si só. Não foi possível notar uma evolução defensiva ao longo dos treinos e jogos.
Também é surpreendente que Kleina não tenha treinado uma jogada ensaiada envolvendo bola levantada na área, visto que o Avaí abusou das jogadas aéreas durante o campeonato e que foram extremamente pouco aproveitadas justamente pela falta de algo ensaiado acontecer dentro da grande área durante o cruzamento. Na partida contra o Figueirense no primeiro turno, por exemplo, que terminou em 1 a 1, o Leão levantou 22 bolas para a área da equipe do estreito e nenhum desses 22 lances resultou em gol, poucos sequer resultaram em finalização, para se ter uma ideia.
Após a derrota para o Atlético-PR por 2 a 1 na Arena da Baixada, pela 34ª rodada do Brasileirão e uma série de sete partidas sem vencer (apesar do gol de Romulo contra a Chapecoense, na 32ª rodada, ter sido mal anulado por Anderson Daronco quando o jogo estava 0 a 0, o qual provavelmente daria a vitória ao Avaí), Gilson Kleina foi demitido do Leão da Ilha e Raul Cabral assumiu para as últimas rodadas do campeonato.
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| Jogadores do Avaí choram o rebaixamento após o jogo na Arena Corinthians (Foto: Marcos Ribolli) |
Por: Victor Gaspodini
(victorgaspodini@hotmail.com)


