22 de abr. de 2017

Como a atual temporada pode ajudar na reconstrução do Milan

Reformulações nunca são simples. Transformar um clube que está há um tempo no ostracismo nacional, mesmo sendo uma equipe de tamanho indiscutível, se exige tempo. Principalmente para fazer com que a caminhada seja feita para ser duradoura e não apenas um “sonho de verão”. Vários clubes falharam em seus projetos de reestruturação/crescimento, talvez o maior exemplo atual seja o Málaga. Que passou de um quase semifinalista de Champions a uma equipe meio de tabela na Espanha. 

Dos casos que terminaram em história feliz, podemos citar o Borussia Dortmund e a Juventus. Com a venda oficializada no último dia 13 de abril, o Milan entrará mais a fundo nesse processo de reestruturação. O termo “entrar mais a fundo” está sendo usado por um motivo: mesmo ainda sobre a administração do Berllusconi, pode sim se falar que o Rossonero começou uma reformulação nesta temporada. 

As contratações são o ponto alto para analisar isso. Diferente dos outros anos, os italianos apostaram em reforços mais jovens e alguns que vieram de campeonatos inferiores. Pasalic, Gomez, Lapadulla, Ocampos, Sosa e a principal contratação da temporada, Deulofeu, comprovam isso.

Deste time jovem e sem grife, pode-se tirar pontos positivos importantes. A utilização dos atletas provenientes das categorias de base Milanesa, que podem gerar úteis e bons jogadores como o Calabria. E atletas com um potencial gigantesco, como o Locatelli, este sem dúvidas, um dos melhores jogadores, tecnicamente falando, do Diavolo. Além do jovem Cutrone, autor de incríveis 20 gols nesta temporada no campeonato Primavera (torneio de base), que tem sido convocado para os jogos. Podendo e merecendo receber uma oportunidade.

Patrick Cutrone 
Pode-se questionar a qualidade técnica, porém, apostar em atletas de mercados alternativos às grandes ligas pode ser um trunfo para esta nova fase do Milan. Gomez, vindo do Lanus, e Sosa, do Besiktas, foram os principais nomes desta temporada. Porém, com um bom centro de análise (o que os novos donos já pretendem fazer), o Rossoneri poderá captar atletas como Driussi, Pavon, Arana, e contratá-los. Evoluindo o capital intangível do clube. Afinal, devido às últimas temporadas, não será fácil convencer jogadores de renome a deixarem seus clubes e irem para um em processo de reestruturação. 
Sosa em campo pelo Milan
Diante de tudo já falado, é normal chegar à conclusão que as decisões tomadas nesta temporada foram, de acordo as situações apresentadas, boas. Dar espaço aos atletas do Primavera, a aposta em jovens talentos, a utilização do mercado sul-americano e demais ligas inferiores da Europa, pode ser uma alternativa boa. Já que não terá problemas com a parte financeira, contratar os principais atletas com estas características será menos trabalhoso. 

Manter Vicenzo Montella no comando também é uma decisão acertada, a princípio. Já que o italiano tem um papel importante no atual elenco montado. Além de uma ideologia de jogo interessante, que, vale se ressaltar, tem alguns problemas de execução. Mas se mostra estudioso e atento as possibilidades de mercado. Além disso, investir em uma filosofia de jogo e torná-la sua, ajuda e faz mais fácil toda a reconstrução. 

As especulações que tem se intensificado após a venda, dão conta que os novos mandatários tentarão formar uma equipe jovem, promissora e com um número interessante de atletas italianos. O que, de certa forma, também é importante. Resta agora, ficarmos atentos à movimentação do Diavolo na próxima janela. E ver como se dará o processo de reestruturação na prática. Se o clube voltará ao topo, ou se continuará no ostracismo italiano.