27 de mai. de 2015

Uma lição de 40 anos atrás para o Cruzeiro de hoje

O Cruzeiro entra em campo na noite desta quarta-feira (27) buscando mais uma vez chegar a uma semifinal de Copa Libertadores, diante do River Plate, em um Mineirão que estará lotado, e ansioso para comemorar a possível classificação. Porém, uma lição de exatos 40 anos atrás deve estar muito viva na memória do cruzeirense para evitar comemorações antes da hora.


Em 1975, um dos melhores times da história cruzeirense começava a se formar. com Raul Plasmann, Nelinho, Dirceu Lopes, Palinha, entre outros. A equipe dominava o estado de Minas Gerais, e vinha de um vice-campeonato brasileiro em 1974, o que animava a torcida celeste para a competição sul-americana. E o ânimo cresceu ainda mais quando os mineiros eliminaram o Vasco, atual campeão brasileiro logo na fase de grupos, liderando seu grupo e se garantindo nas semifinais, que tinha um formato diferente à época.
De 1971 até 1987 as semifinais da Taça Libertadores eram disputadas em duas chaves com três clubes cada, onde o líder de cada grupo garantia vaga na decisão. Em 1975, o Cruzeiro ao se classificar pra esta fase, enfrentou em sua chave Rosário Central e o atual campeão do torneio, o temido Independiente.
O Cruzeiro começou de maneira perfeita a fase semifinal. Venceu tanto Rosário Central quanto o Independiente por 2 a 0, garantindo ótima vantagem pros confrontos do returno e o deixando próximo da final da competição. Aliás, uma interessante curiosidade marcou esse grupo da fase semifinal de 1975. Todos os quatro primeiros jogos terminaram com resultado de 2 a 0 a favor do mandante, o que deixou os mineiros na liderança isolada do grupo, com duas vitórias, contra uma de cada um de seus adversários.
Porém, foi justamente quando o 2 a 0 saiu de cena que a situação do grupo se definiu. Primeiramente, na vitória por 3 a 1 do Rosário Central diante dos cruzeirenses, o que tornava a partida entre Cruzeiro e Independiente a verdadeira decisão da vaga. Vitória ou empate celeste renderia ao clube uma vaga na final, já uma vitória por um ou dois gols dos argentinos colocaria o Rosário Central na final (exceto se o Independiente marcasse mais de três gols e vencesse por dois gols de vantagem), deixando pros donos da casa como chance quase que única de ir a decisão, vencer por três ou mais gols de vantagem.
E o maior campeão da competição sul-americana cumpriu sua missão. Com 40.000 pessoas empurrando a equipe de Avellaneda no estádio Libertadores da América, o Cruzeiro foi derrotado por 3 a 0, e toda a vantagem garantida no começo da fase desapareceu como pó.
É claro que situação de 40 anos atrás é bem diferente da atual. Os cruzeirenses decidem em casa e o River Plate já demonstrou inúmeras vezes a dificuldade que tem de vencer o Cruzeiro, mas as coincidências são notáveis, e servem de alerta. O time de Marcelo Oliveira precisa tomar 1975 como lição, e jogar com autoridade, sabendo que nada está ganho, para garantir com sua vaga na próxima fase.

João Pedro Almeida