28 de mar. de 2016

A influência de Trump na Major League Soccer

Era 16 de junho, na Quinta Avenida de Nova York, quando o empresário e apresentador do programa "O aprendiz", Donald Trump, anunciou sua candidatura a Casa Branca pelo Partido Republicano. "Estou oficialmente na corrida pela presidência dos Estados Unidos, vamos fazer nosso país grande de novo."

Com discursos extremistas sobre a política externa, Trump conseguiu apoio dos eleitores republicanos decepcionados, se tornando uma ameaça real. O candidato está na liderança das prévias do partido, onde precisa alcançar o número de 1.237 delegados.

"Quando o México manda seu povo aos Estados Unidos, eles mandam pessoas que têm um monte de problemas e trazem estes problemas para nós. Eles trazem as drogas, trazem o crime, são estupradores. E alguns deles, eu confesso, são boas pessoas. Eu iria construir um muro. E ninguém mais entraria ilegalmente. Eu faria o México pagar por isso." - disse Trump.



A possível chegada do empresário a presidência pode, também, afetar o desenvolvimento do futebol no país. A tentativa de popularização do "soccer" na terra do Tio Sam tem acontecido desde os grandes investimentos na contratação de Pelé, quando a liga principal era de organização frágil. Em 1996 nasceu a Major League Soccer cumprindo uma promessa pelos Estados Unidos terem conseguido sediar a Copa do Mundo de 1994.
Hoje, com uma média de público de 21.613 torcedores por jogo, batendo os números do campeonato brasileiro (16.573 em 2014) e contratando nomes importantes do futebol europeu como Kaká, David Villa e Lampard, a liga tem o objetivo de se tornar uma das maiores do Mundo.

“A seleção americana será um dia muito forte porque há gente de todos os lugares aqui. Há brasileiros, mexicanos, salvadorenhos, europeus, africanos. Um dia será uma equipe mundial. Todos esses grupos étnicos e culturas vão beneficiar um dia os Estados Unidos. Vai levar um pouco de tempo, mas esse dia chegará“, afirmou Gómez, atacante da seleção, de 28 anos, em entrevista à Agência Efe.



As previsões do atacante, que apesar de origem mexicana, preteriu jogar pela seleção americana, podem ter desvios, apesar da influência latina na popularização do esporte dentro do país. Com o maior número de imigrantes no Mundo, é estimado que tenha cerca de 11 milhões de cidadãos mexicanos ilegais no Estados Unidos.

O "Chivas USA" (time que disputou durante 10 anos a Major League Soccer, fundado por causa do número de imigrantes mexicanos na Califórnia, fazendo uma homenagem ao Chivas Guadalajara, do México), a frequência com que latinos tem ido aos estádios para assistir aos jogos da liga, o número de jogadores estrangeiros (em 2015, jogavam 22 argentinos, 18 brasileiros, 15 colombianos, 8 uruguaios e hondurenhos), são exemplos da importância dos latinos para o desenvolvimento do futebol no país que nunca teve o esporte entre os mais importantes dentro da cultura.
Com toda essa influência, a política externa de Donald Trump, contra a imigração no país, pode prejudicar o desenvolvimento de um esporte que contou com a ajuda dos imigrantes, que trouxeram sua cultura de apaixonados pelo futebol para os EUA. A Major League Soccer deve se preocupar também com a corrida para a presidência, pois seus planos de se tornarem a melhor liga do Mundo em seis anos podem ser interrompidos.